Queridos e queridas, ontem, assistindo ao programa de Jô Soares, ouvi o crítico de literatura Manoel da Costa Pinto falar que a literatura russa é a melhor do mundo. E, sério mesmo, eu concordo!
Terminei de ler há pouco O CROCODILO e NOTAS DE INVERNO SOBRE IMPRESSÕES DE VERÃO, de Fiódor Dostoiévski.
Ele é um de meus autores prediletos desde que li o sensacional CRIME E CASTIGO, e a paixão só foi aumentando com outras obras como OS IRMÃOS KARAMÁZOV, O JOGADOR e por aí vai.
Pois bem, O CROCODILO é um interessantíssimo conto inacabado sobre um funcionário público que é devorado e passa a viver dentro de um crocodilo, que estava em exposição em São Petersburgo. Claro que o crocodilo é metáfora ao mundo burocrático ao qual o homem engolido fazia parte. E ,o mais legal é que essa minha edição da EDITORA 34 conta com os rascunhos do que o autor queria fazer com a obra. E, claro, Fiódor tinha por objetivo "sensualizar" bastante. Esse conto é extremamente engraçado e cheio de ótimas tiradas.
Já a segunda obra é, na verdade, um relato das impressões de Dostoiévski de uma viagem que ele fez à cidades como Paris e Londres. Interessante que, assim como ele, eu não consigo falar de Paris sem comparar com Londres. E, honestamente, apesar de toda a beleza e tudo o mais, Londres tem muito mais humanidade e honestidade, por assim dizer. ( "Nature et verité".)
As impressões do autor russo sobre Paris e as pessoas de lá, os ditos "parisienses" (categoria à parte de seres humanos, segundo os próprios rsrsrs), são as mesmas! Talvez Dickens, em seu A TALE OF TWO CITIES, tenha sido mais generoso do que o autor russo e eu sobre a capital da França. Contudo, e apesar de tudo, eu voltaria e - espero - voltarei à Paris. Mas que Londres é sensacional, isso é.
Não direi mais nada para não tirar de vocês o prazer que é ler essas duas obras. Leiam, minha gente. Vale muito a pena!
Dostoiévski